A Organização Mundial de Saúde (OMS) quer reduzir a recomendação diária de até 5 gramas, o equivalente a uma colher de sobremesa. Para especialistas, é preciso levar a uma vida mais insossa.
O consumo de sal entre os brasileiros é o dobro do que a OMS recomenda, e aqui o limite é de 6 gramas de sal de cozinha por dia (2400 mg de sódio).
Os alimentos industrializados contêm sódio. Os dietéticos fabricantes com adoçantes levam sódio (como, por exemplo, o ciclamato de sodio e a sacarina sódica), além de bebidas gaseificadas.
Quase 75% do sal que consumimos vem da adição de cloreto de sódio no processamento dos alimentos.
O sódio é essencial para a absorção intestinal de glicose e outras substâncias; distribuição de líquidos dentro e fora das células. O mineral ajuda ainda na transmissão e recebimento de impulsos neurológicos. Por outro lado, sua eliminação ocorre através dos rins. Quanto maior a sua ingestão, maior será a liberação na urina. Isto é, o rim terá que filtar mais sangue por minuto para tentar livrar o organismo do excesso. Além disso, pode ocorrer a desidratação celular, prejudicando funções do cérebro.
Em áreas rurais, onde a ingestão de sal é baixa, a pressão da população geralmente é boa e não aumenta com idade, afirma o diretor do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), Marco Antonio de Mattos.
Segundo a nutricionista Vilma Blondet, do Departamento de Nutrição e Dietética da UFF, a maior dificuldade de reduzir o sódio na dieta é que ele vicia o paladar. Somos acostumados desde criança a ingerir sal e açúcar. Se não houvesse inclusão desses alimentos desde o nascimento, em mamadeiras, sopinhas entre outros produtos, não teriamos tanta necessidade deles.
De acordo com Marcelo de Barros, chefe do departamento de nutrição do INC, que é melhor trocar o sal de cozinha por salsa, cebolinha, coentro, manjericão, alecrim, sávia, cominho, páprica, cheiro-verde, orégano, hortelã e gengibre.
Segundo o mesmo pesquisado, a diferença do sal light para o sal comum, é que o primeiro tem potássio, em sua composição, devendo ser utilizado com orientação médica.
O sal valoriza o sabor dos alimentos. O sal que, normalmente, utilizamos é industrializado, tendo muitos aditivos e conservantes. Um paladar mais sofisticado é capaz de perceber o iodo e o cloro, usando para branquear o produto.
Irene Machado, nutricionista e
chef do restaurante Mensateria, prefere usar em suas receitas, a
flor do sal, que é um tempero especial, extraído da primeira camada que se forma, mais concentrado em sabor.