quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Emoção estimula compartilhamento de conteúdo na WEB.


(Foto: Thinkstock)
Título original: Arousal Increases Social Transmission of Information
Publicação: Psychological Science
Quem fez: Jonah Berger
Instituição: Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos
Dados de amostragem: dois grupos de estudantes, um com 93 pessoas e o outro com 40
Resultado: Conteúdos que provocam emoções como medo, raiva e excitação tendem a ser mais compartilhados na internet
O homem sempre compartilhou informações, notícias e histórias. Aparentemente, a internet potencializou nossa capacidade de espalhar conteúdos em rede. Para entender esse fenômeno, Jonah Berger, professor da Universidade da Pensilvânia, desenvolveu um estudo baseado em notícias compartilhadas a partir do jornal The New York Times. De acordo com suas hipóteses, conteúdos de apelo emotivo têm mais chances de ser compartilhados do que outros mais factuais ou “neutros”.
Para o cientista, cuja pesquisa foi publicada no periódico Psychological Science, quando excitados fisicamente, os usuários de internet tendem a ser mais sociais. Algumas emoções, garante Berger, também aumentam as chances de um link, imagem ou vídeo ser reverberado na internet. Durante estudos preliminares, usando como referência a lista de notícias mais enviadas por e-mail no jornal, o acadêmico percebeu que não só textos com mensagens positivas eram compartilhados, mas também conteúdos que evocavam sentimentos de raiva e ansiedade.
Para provar a teoria de que a excitação promove o compartilhamento de informações, Berger conduziu dois experimentos. No primeiro, 93 estudantes assistiram a vídeos que os deixaram ansiosos ou compenetrados (alta estimulação); tristes ou contentes (baixa estimulação). Em seguida, os voluntários foram expostos a reportagens consideradas emocionalmente neutras. Quando o acadêmico perguntou o que os voluntários gostariam de mostrar a amigos e familiares, os conteúdos de alta excitação apareceram em primeiro lugar.
O segundo experimento contou com 40 voluntários. Berger propôs que metade permanecesse sentada e que a outra metade corresse por um minuto, atividade que aumenta a excitação. Em seguida, pediu para que todos os voluntários lessem artigos emocionalmente neutros e os enviassem a amigos e familiares. Outra vez, o cientista percebeu que os estudantes agitados – o exercício físico provoca a mesma sensação de uma forte emoção – eram mais propensos a compartilhar o conteúdo do que os participantes sedentários.
- O que já se sabia sobre o assunto.
Para Alex Primo, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a pesquisa americana não traz grandes novidades. “Isso é o que vemos todos os dias, principalmente na publicidade”, explica o especialista. “As propagandas criam diferentes sensações no intuito de que passemos o conceito da marca adiante”, completa.
O acadêmico acrescenta, contudo, que não basta produzir um texto e supostamente recheá-lo com emoção para que ele se transforme em um viral. Mesmo no marketing de guerrilha, onde o objetivo é criar memes, a fórmula nem sempre funciona. Muito pelo contrário. Do total de trabalhos executados, uma pequena parcela ganha dimensão estratosférica na web.
Especialista: Alex Primo é professor da UFRGS, mestre em Jornalismo pela Ball State University e doutor em Informática na Educação
Envolvimento com o estudo: É autor do livro Interação Mediada por Computador: Comunicação, Cibercultura, Cognição

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