por
José Cavalcanti
Às vezes sou surpreendido por profissionais que não se permitem sonhar. Fico preocupado pensando “O que aconteceu com essa pessoa?”. Quando digo que sou surpreendido é porque todos nós nascemos e crescemos sonhando, fantasiando, desejando, indo além do mundo palpável.
É exatamente essa capacidade de ir
além do mundo “real” que nos faz elaborar planos, desejar melhorias e realizar
coisas extraordinárias. Deixem-me dar um exemplo. Porém, o mais importante não
é a pessoa, a idade, o lugar ou o motivo, mas o “sonho” e a “ação”.
“Nasceu no Canadá, em 1991, o menino
Ryan”. Foi criado como a maioria das crianças daquele país. Aos seis anos de
idade aconteceu um fato que determinou como seria sua vida dali para frente. A
professora da escola começou a passar noções básicas de geografia. Países,
topografia, população, política e assim por diante. Ao falar sobre o continente
africano isso despertou algo novo no menino. Ele não conseguiu compreender como
as pessoas poderiam passar necessidade ou morrer por não ter água. Apesar de
sua pouca idade, Ryan sabia que ninguém poderia viver sem água, assim como
acontece com o ar. Isso absorveu o imaginário do menino até o final da aula.
Assim que tocou o sinal, Ryan
dirigiu-se até a professora e perguntou: “Quanto custa levar água para a
África?”. De imediato a professora achou absurda a pergunta, mas percebendo a
seriedade da questão esforçou-se para lembrar-se de algo que satisfizesse a
curiosidade do menino. Foi nesse momento que lhe veio a lembrança de uma
organização que fazia isso, a “WATERCAN”, que fazia poços com um custo que ela
não lembrava direito, mas era algo próximo a U$ 70.00.
Assim que chegou em casa, Ryan foi
direto contar para sua mãe o que queria fazer e pediu o dinheiro para comprar
um poço para as crianças africanas. Sua mãe disse que ele teria de “ganhar” o
dinheiro e lhe passou uma lista de tarefas, na certeza de que em uns poucos
dias tudo estaria esquecido.
Com o passar dos dias a mãe do menino
reparou que além do esforço para fazer as tarefas, Ryan estava controlando
quanto dinheiro já havia juntado. Ao se aproximar do valor necessário, a mãe de
Ryan foi buscar mais informações sobre a organização e como enviar o dinheiro.
Foi nesse momento que ela descobriu que o valor real necessário era de U$2,000.00.
Ela não poderia simplesmente desistir do sonho de seu filho. Ela, seu marido e
Ryan começaram a fazer serviços para a vizinhança e logo mais pessoas haviam se
engajado na causa do menino, e em 1999 foi perfurando um poço em uma pequena
vila ao norte de Uganda.
Nesse momento, até a escola do menino
estava comprometida com a causa e por isso passou a promover a troca de
correspondência entre seus alunos e as crianças da região do poço. Foi assim
que Ryan conheceu seu amigo Akana. Em 2000, Ryan e seus pais foram conhecer
Akana pessoalmente.
Hoje em dia Ryan, com quase 22 anos,
tem sua própria fundação e já levou mais de 400 poços para a África.
Encarrega-se também de proporcionar educação e de ensinar aos nativos a cuidar
dos poços e da água.”
Joel Barker, no filme “A VISÃO DO
FUTURO”, disse: “Uma visão sem ação não passa de um sonho. Ação sem visão é
só um passatempo. Mas uma visão com ação pode mudar o mundo”.
Eu completaria dizendo que o sonho é
necessário para estabelecer a ação e que a ação é fundamental para realizar a
visão. Então, não deixe de sonhar!
Lembre-se que o sucesso o aguarda.
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