Para especialistas, 2014 não é o melhor ano para se comprar imóvel como investimento; mas se for a casa própria, compra pode ser encarada de outra forma
No entanto, pontualmente alguns preços podem subir mais ou até terem quedas nominais. É o caso da possível elevação dos preços com a aprovação do Plano Diretor na cidade de São Paulo, que deve aumentar os custos de construção, e dos descontos oferecidos para liquidar os estoques em Salvador por empresas que querem deixar aquele mercado.
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Paulo Bittencourt, diretor da Apogeo Investimentos, também acredita que, se houver queda de preços nos próximos anos, ela será moderada, não radical.
Ele lembra que, no Brasil, não existem estruturas de endividamento como as que existem nos Estados Unidos e que possibilitaram a bolha norte-americana.
Mas admite que pode haver uma queda modesta de preços caso os imóveis que ficarem prontos não atinjam um preço tão alto quanto os investidores esperavam.
“Pode haver uma acomodação de preços, mas as construtoras não devem vender abaixo do preço de reposição”, diz Bittencourt.
Mas há os que falem em bolha imobiliária mesmo, como o renomado Nobel Robert Shiller, professor da Universidade de Yale.
Por diversas vezes – inclusive em entrevista a EXAME.com – o economista que previu a bolha imobiliária nos EUA alertou para a possibilidade de formação de uma bolha na cidade do Rio de Janeiro.
Situação 1: Comprar para morar
Na opinião de Bittencourt, a compra do imóvel para moradia, notadamente quando se paga aluguel, deve ser feita quando o comprador tem condições financeiras para tal.
“A pessoa deve verificar se ela está preparada para assumir uma dívida tão grande e longa, se a compra cabe em seu orçamento. Se ela já paga aluguel e a prestação para o imóvel próprio for da mesma ordem de grandeza que o aluguel, ela já pode comprar”, diz Bittencourt.
Mesmo com esta integral substituição do aluguel pela prestação, muitos especialistas defendem que alugar pode ser financeiramente mais vantajoso que comprar, pois assim o comprador não imobiliza seu patrimônio e pode ter mais liberdade para diversificar por aplicações financeiras mais rentáveis.
Por outro lado, outros defendem que é importante sim ter ao menos um imóvel próprio na vida, para ter a garantia de moradia mesmo em situações financeiras adversas.
Muita gente concorda com esse pensamento, pois a casa própria passa uma segurança e permite que se more da forma que se deseja, sem ficar sujeito a aumentos de aluguel e autorizações do proprietário para se fazer o que bem se entende no imóvel.
Assim, para Paulo Bittencourt, se a pessoa sente que precisa comprar a casa própria, só deve fazê-lo se de fato estiver pronta financeiramente, e sem se preocupar tanto com a dinâmica de preços no mercado.
“No longo prazo, como reserva de valor, o imóvel deve ao menos compensar a inflação”, diz o diretor da Apogeo. Mas ele lembra que ficar aguardando uma desaceleração ou mesmo queda de preços pode ser uma perda de tempo, pois as possibilidades para quem compra para morar já são menores.
“O imóvel próprio deve ser o lugar mais adequado para a pessoa, com a melhor localização para ela. Há, portanto, um universo muito mais restrito de ofertas. Já o investidor não tem essas limitações, pode investir em qualquer lugar e tentar arbitrar o tempo e o preço”, diferencia Bittencourt.
Para Eduardo Zylberstajn, quem compra imóvel para morar deve se preocupar mais com suas condições financeiras para tanto e menos com a valorização do imóvel. “Quem está buscando uma casa para morar deve pesquisar bastante, mas sem tentar especular”, diz.
Vídeo: Por que morar de aluguel nem sempre é jogar dinheiro fora?
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