domingo, 25 de setembro de 2016

EDUCAÇÃO: ENSINO E APRENDIZAGEM


                                     Resultado de imagem para imagens de jorge bucay                    
                    Jorge Bucay, médico e psicólogo argentino, em seu livro QUANDO ME CONHECI, afirma que uma parte importante de todo o conhecimento adquirido ao longo da vida é transmitida dos pais para os filhos.
                    Poderemos chamar esta “educação de formal,” que é transmitida por meio de ordens, conselhos, prêmios e castigos. A educação “não formal” é transmitida pelo que não é dito fundamental, porque as crianças têm uma tendência natural de imitar o que vem, principalmente, os exemplos dados pelos adultos.
                    Existe uma outra forma de ensino que se transmite de geração para geração, incluindo o que está contido em nosso material genético. Atualmente, os estudiosos do comportamento humano reconhecem que existe um verdadeiro manancial de informações que já fazem parte do nosso DNA, que colabora de forma incisiva, juntamente com as influências emanadas de nossa sociedade, na montagem de nossas estruturas morais, éticas e sociais.
                    Da mesma forma, os nossos filhos terão a tarefa de levar o nosso legado além de onde nossas limitações o deixaram. E seus futuros filhos terão o compromisso de levar todos estes conhecimentos para gerações seguintes.
                    Em um mundo expressamente competitivo, em que as mudanças são vertiginosas, todo este aprendizado transmitido às novas gerações, cria uma condição singular de sobrevivência e perpetuação da espécie humana.
                    Nós fomos criados segundo a velha metáfora que dizia que educar não era dar o peixe, e sim ensinar a pescar. Hoje, em dia este pensamento continua a vigorar como se estivesse realmente adaptado aos novos tempos. Mas, na realidade, não está.
                    Se, por exemplo, hoje eu der uma vara de pescar ao meu filho e o ensino a pescar, provavelmente, em sua fase jovem, os meus ensinamentos relacionados ao assunto serão suficientes para que ele possa até sobreviver com a arte da pesca.
                    No entanto, em sua fase adulta, pode ser que não haja mais peixes para pescar, talvez, a forma ensinada não seja mais adequada à captura dos mesmos.
                    Logo, penso que a tarefa dos pais, neste momento, é ensinar os filhos a criar e construir suas próprias ferramentas: fabricar sua própria vara, tecer sua própria rede, inventar suas modalidades de pesca. Com isso, é necessário admitir com bastante humildade que ensiná-lo a pescar não será suficiente para enfrentar os novos desafios de um mundo em transição.
                    Esta dificuldade dos pais em treinar os seus filhos para os problemas que enfrentarão no século XXI está ficando cada vez mais evidente em função do tempo em que o conhecimento humano se duplica. A diminuição progressiva do tempo de duplicação, que atualmente é de cerca de 20 anos, é uma das causas das crises existenciais entre pais e filhos.

                    Logo, por mais que os tempos sejam de mudanças, não poderemos deixar de passar aos nossos descendentes, um legado moral e ético em que o respeito e a honestidade sejam marcos fundamentais na construção de uma nova sociedade.

Nota: Este artigo foi escrito por Carlos Luppus com adaptações do livro: Quando me conheci, de Jorge Buckay.

Nenhum comentário:

QUATRO DICAS PARA QUEM ESTÁ ENTRANDO NO ENSINO SUPERIOR

A saída do Ensino Médio e o início dos estudos em uma instituição de ensino superior representam uma grande mudança para a vida do jove...