quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

As Palavras

 As palavras são o nosso capital mais precioso para o imprescindível trânsito na teia das relações humanas, no contato e no diálogo com os outros.
As palavras e a perícia com que podemos ser capazes de selecioná-las e fazê-las aflorar com precisão nos momentos certos, de forma instantânea - seja diante do interlocutor que nos ouve, do papel em branco a nos desafiar -, constituem uma verdadeira preciosidade. Uma preciosidade de que a leitura, mais que os contatos sociais e a conversa direta nos oferecem. De acordo com a neurociência, o nosso cérebro é muito dinâmico e "funciona como uma biblioteca onde sempre cabem mais livros".
À medida que encontramos uma palavra, uma vez, duas vezes, muitas vezes, fatalmente, um dia esta palavra será conquistada. Provavelmente, ela dormia tranquila entre outras de nosso vocabulário passivo, e em um belo dia, acorda e se mete em nossa conversa, se acomoda em nosso texto, passando a fazer parte de nosso vocabulário ativo.
Os livros de comunicação ensinam: todos nós temos dois tipos de vocabulário, o passivo e o ativo. O vocabulário passivo é formado por palavras que ainda não temos suficiente intimidade para usá-las em nossa fala ou em nossa escrita. Nós a conhecemos,  mas não a usamos. A conquista está ainda se processando. Um dia sem nenhum tipo de planejamento, o que era vocabulário passivo se torna vocabulário ativo, incorporando-se definitivamente em nosso acervo linguístico.

Fonte de Pesquisa: O Clube do Livro, de Luzia de Maria.

2 comentários:

Carlos Alberto de Almeida disse...

Muito Bom, o texto. É um assunto que me fascina.Parabéns!!!
A meu ver, quando acordamos palavras,estamos prourando falar da vida e não da morte,pois estamos fartos de discursos e palavras que nada nos dizem e não nos toca.
Ao "acordar palavras" podemos ampliar os campos de possibilidades para a vida se realizar, principalmente, no mundo, pois "acordar palavras" é uma possibilidade que encontramos para dar linguagem às nossas inquietações adormecidas ou oprimidas.
Na verdade, através das palavras podemos tecer vínculos mais duradouros, podemos cuidar da vida e revelar o nosso potencial criador.
Importante ressaltar ainda que estamos vivendo um tempo sem tempo para a vida, para o simples, o cotidiano, para as nossas experiências locais, para o que nos faz gente e nos vincula ao mundo.
A compeitividade do mercado, a violência, o medo do desconhecido afastam as pessoas, silenciam as palavras, estacam os movimentos, geram o sentimento de impotência. As pessoas não se permitem mais passar por uma "experiência."
Convém lembrar que a experiência é " a possibilidade de que algo nos aconteça ou nos toque, requer um gesto de interrupção...(ver continuação a seguir)

Carlos Alberto de Almeida disse...

Continuação do texto ref. a "palavras adormecidas".
...um gesto que é quase impossível nos tempos que correm: requer parar para pensar, para olhar,para escutar,pensar mais devagar, e escutar mais devagar; parar para sentir, sentir mais devagar, demorar-se nos detalhes, suspender a opinião, suspender o juízo, suspender a vontade,suspender o automatismo da ação,culivar a atnção e a delicadeza, abrir os olhos e os ouvidos, falar sobre o que nos acontece, aprender a lentidão,escutar aos outros,cultivar a arte do encontro,calar muito, ter paciência e dar-se tempo e espaço."(Larrosa,2004,p.122)

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